segunda-feira, 27 de maio de 2013

Curtíssima

- Meu bom Deus, para quê servem as cólicas?
- São uma amostra grátis do que te espera na 
hora do parto, Eva...

domingo, 26 de maio de 2013

Transmutar.

E passa o que deve passar...
Só não passa aquilo que não deixamos passar, sem permissão para nos transpassar e, assim, nos atravessar e se ir... Ficando, então, não apenas no passado, mas também já distante do coração.
“O que os olhos não veem o coração não sente”, já diz o batido ditado. Entretanto, nós temos muitas maneiras de tornar a ver aquilo que não deveríamos mais olhar e, para isso, nem precisamos dos olhos – essa janela para a alma...
Há outras maneiras de deixar entrar: um perfume, uma palavra, um gosto. Qualquer dessas coisas traz recordações à mente.

sábado, 25 de maio de 2013

Entretempo

O som irritantemente ritmado das gotas de água, da torneira antiga, que já encheram há muito a vasilha vazia.
Um teto de chumbo, um ventilador azul. Suas pás movem-se lentamente, como num grande esforço para manterem-se ativas. Olhos nas pás, ouvidos na torneira mal fechada. Cães ladram insistentemente no meio da tarde.
Tédio, apatia? Melancolia. Aquela dor no fundo do ser, alojada num recôndito do corpo, sendo perturbada pelo ruído: poc..., poc..., poc...
E as pás girando, embora o clima seja agradável e o céu azul com nuvens brancas que se movem rapidamente.
Coração doido, entristecido. Uma falta de ar seguida de um suspiro longo e profundo.

O tempo ido.

Sonhos tecidos.
Nossos amores esquecidos,
em tempos idos;
corações carcomidos.
Rima fácil,
amor inábil.