sábado, 13 de abril de 2013

Uma manhã qualquer, uma cidade qualquer, duas pessoas e um encontro


Uma manhã qualquer, numa capital qualquer desse país, duas pessoas encontram-se. Esse encontro é inédito, porque irá definir não só duas vidas, mas as vidas de outras pessoas que sequer imaginam a existência desses dois. Como várias coisas na vida, nós achamos que jogamos sozinhos, nós achamos que vivemos e agimos sozinhos, porém de verdade, nós só nascemos e morremos sozinhos.
Um café qualquer, numa rua movimentada qualquer dessa capital. Pessoas ocupadas, sonolentas ou que apenas precisam passar o tempo. Menos essas duas pessoas. Elas estão fazendo tudo isso ao mesmo tempo, só que diferente de todos os outros: estão ocupadas uma com a outra, estão passando o tempo uma com a outra, estão entorpecidas pela presença uma da outra. O barulho, as pessoas ocupadas, sonolentas, sugadas pela rotina não existem. O garçom existiu apenas no tempo suficiente empregado em ouvir os pedidos e trazê-los. Logo depois, nem mesmo os cafés – um expresso duplo e um capuccino – pareceram importante: esfriarão, desprezados, esquecidos, mesmo que o cheiro lembre as suas existências e tenha perpassado e inebriado esse encontro.
Olhos nos olhos. Sorrisos discretos, acanhados.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Do que são feitas as lembranças amorosas...



Todos nós temos uma história para contar. Todos nós nos formamos e nos transformamos por meio do que nos acontece, por meio daquilo que vivemos e fazemos.

E, tudo isso, de um modo ou de outro, é levado conosco, para o resto de nossas vidas... Transformado em lembranças, mais ou menos exatas, mais ou menos simplesmente emoções...

Dessas lembranças, as que por vezes se destacam são as lembranças amorosas. De paixões que se concretizaram, outras que foram só momentos esparsos ou ilusões – quem nunca se iludiu, não foi humano, ainda. São recortes de amores que foram ou que nem mesmo aconteceram, nasceram mortos. E, assim, às vezes, tudo o que houve foi um olhar, um gesto e nada mais. Promessas não cumpridas.

Curtíssima

"- Tu estás blefando?!
- Não, eu estou flertando".

Rapidíssima

Pode ser indecente, mas é coerente.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Curtíssima

"- Claro, você poderia chorar.
Apoiar a testa nos braços, deitada e derrotada sobre a mesa.
De qualquer modo, o que provocou o choro continuará lá, não se esqueça, menina".