Não sei se vocês já ouviram
falar sobre eventos que são antecedidos pela calma, pela paz. É disso que quero
falar. A semana fora tranquila, nem demais, nem de menos. Mas aquela tranquilidade
de águas escuras e profundas. Tivemos vento, quase todos os dias, menos hoje.
Mas vocês sabem, tem uma
calmaria antes da tempestade como, também, dizem, há uma melhora antes da
morte. Sobre a calmaria antes da tempestade, isso é bastante fácil de ser observado,
embora nem sempre seja assim. Quanto à melhora antes da morte, eu vi isso
acontecer. Claro, isso não faz uma verdade universal. Apenas contribui para o
meu raciocínio. Ou melhor, explicita, imaginativamente, o que vai nessa mente. Ou
seja, estou esperando a tempestade, ou a morte, tanto faz.
Tanto a morte quanto a
tempestade podem ser denominados de momentos críticos. Há muitas variáveis envolvidas
e o colapso está se “organizando” para, então, atuar - o quê explica a "ironia" do título. Claro, tempestades e a
morte são diferentes: uma renova a outra, finaliza – ao menos, para o ser
finito que morre. Mas, caso não sejamos a tempestade e, caso não sejamos nós
que estejamos moribundos, uma e outra serão momentos de crise – eu,
particularmente, gosto de tempestades.
Crises são, na verdade,
oportunidades de se crescer e, invariavelmente, isso acontece (mais uma vez, é
o que o senso comum da psicologia diz). O problema básico é que, enquanto no
meio, não se percebe, claramente, nem o crescimento e muito menos, como tirar o
melhor partido da crise. Então a situação é aquela do rato dentro de um novo
labirinto, só que sem o queijo para atraí-lo em direção da saída!
Desse modo, as pessoas agem sem
poder prever o futuro ou, mesmo que pudessem calcular de forma mais exata suas ações,
não o fazem, porquê... Bem, porque no meio do turbilhão, a mente tem de focar
não só nos fatos objetivos e suas relações, mas tem de cuidar do que vai no
coração. Tem de lidar com diferentes sentimentos, alguns com os quais a pessoas
talvez nunca tenha se confrontado antes. E, não sei se é só impressão minha,
porém me parece que os sentimentos nublam a vista, no que diz respeito às consequências
de nossos atos.
Nessas ocasiões, o cálculo é,
por vezes, desastrado e, não raro, nos arrependemos de algo que fizemos. Depois,
provavelmente, nos arrependeremos de algo que dissemos, pois, ao dizer, outros
sabem. Sabendo, talvez, algumas coisas que poderiam ser feitas para tornar a
situação menos desagradável, não podem mais ser feitas, porque os outros têm
noção de que aquilo é um remendo. Por isso que defendi o “não-dito”. Mas, como
sempre, ninguém consegue carregar o tempo todo o seu fardo e o sapo morre pela
boca. E, agora, nada fará voltar atrás naquilo que poderia ter sido muito bom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário