domingo, 10 de fevereiro de 2013

A calma da crise: uma ironia.



Não sei se vocês já ouviram falar sobre eventos que são antecedidos pela calma, pela paz. É disso que quero falar. A semana fora tranquila, nem demais, nem de menos. Mas aquela tranquilidade de águas escuras e profundas. Tivemos vento, quase todos os dias, menos hoje.

Mas vocês sabem, tem uma calmaria antes da tempestade como, também, dizem, há uma melhora antes da morte. Sobre a calmaria antes da tempestade, isso é bastante fácil de ser observado, embora nem sempre seja assim. Quanto à melhora antes da morte, eu vi isso acontecer. Claro, isso não faz uma verdade universal. Apenas contribui para o meu raciocínio. Ou melhor, explicita, imaginativamente, o que vai nessa mente. Ou seja, estou esperando a tempestade, ou a morte, tanto faz.

Tanto a morte quanto a tempestade podem ser denominados de momentos críticos. Há muitas variáveis envolvidas e o colapso está se “organizando” para, então, atuar - o quê explica a "ironia" do título. Claro, tempestades e a morte são diferentes: uma renova a outra, finaliza – ao menos, para o ser finito que morre. Mas, caso não sejamos a tempestade e, caso não sejamos nós que estejamos moribundos, uma e outra serão momentos de crise – eu, particularmente, gosto de tempestades.

Crises são, na verdade, oportunidades de se crescer e, invariavelmente, isso acontece (mais uma vez, é o que o senso comum da psicologia diz). O problema básico é que, enquanto no meio, não se percebe, claramente, nem o crescimento e muito menos, como tirar o melhor partido da crise. Então a situação é aquela do rato dentro de um novo labirinto, só que sem o queijo para atraí-lo em direção da saída!

Desse modo, as pessoas agem sem poder prever o futuro ou, mesmo que pudessem calcular de forma mais exata suas ações, não o fazem, porquê... Bem, porque no meio do turbilhão, a mente tem de focar não só nos fatos objetivos e suas relações, mas tem de cuidar do que vai no coração. Tem de lidar com diferentes sentimentos, alguns com os quais a pessoas talvez nunca tenha se confrontado antes. E, não sei se é só impressão minha, porém me parece que os sentimentos nublam a vista, no que diz respeito às consequências de nossos atos.

Nessas ocasiões, o cálculo é, por vezes, desastrado e, não raro, nos arrependemos de algo que fizemos. Depois, provavelmente, nos arrependeremos de algo que dissemos, pois, ao dizer, outros sabem. Sabendo, talvez, algumas coisas que poderiam ser feitas para tornar a situação menos desagradável, não podem mais ser feitas, porque os outros têm noção de que aquilo é um remendo. Por isso que defendi o “não-dito”. Mas, como sempre, ninguém consegue carregar o tempo todo o seu fardo e o sapo morre pela boca. E, agora, nada fará voltar atrás naquilo que poderia ter sido muito bom.

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